"Volte e invente uma despedida, vamos fingir que tivemos uma."
(Joel Barish)
Eu não quis ir embora, não quis me afastar. Você me obrigou a isso. Não com palavras, mas com gestos, que valem muito mais. O que saia da sua boca era contrario do que o seu corpo fazia. Não fui eu que fantasiei sentimentos. Era tudo real, tudo verdadeiro. Mas teu silêncio e tua frieza me faziam acreditar que só havia verdade em mim. Minha realidade se misturou com sua fantasia, e eu não podia mais ver claramente. Não sei quem criou a idéia ilusória de que tudo daria certo no final. Não sei se fui eu que acreditei demais que poderia sim ser diferente, ou se foi você quem acreditou que poderia sim se entregar. Mas tudo parecia tão bem. Nós não sabíamos exatamente o que precisávamos, mas tínhamos certeza do que queríamos. Eu queria você, você me queria. Bastava.
Mas não bastou. A gente ia levando, quando dava se encontrava. E ai passou pra, quando dava a gente se falava. Depois pra, quando dava mandava noticia dizendo que estava vivo. Começou a não ter mais querer, vontade e muito pouco jeito. Ficou assim: pouco carinho, pouca atenção e muita dúvida. Doía. Mas tua voz, teu olhar o teu querer me faziam esquecer tudo. Eu aqui, sempre entendendo, sempre tentando ser compreensiva. Se estava bom para você, estava bom para mim. Se você estava bem, eu também estava. Mas isso começou a incomodar. E eu? Quantas vezes você se importou de verdade se eu estava mesmo bem ou não? E tudo começou a se perder.
É que o gostar vai diminuindo com o tempo. Se não é cultivado com carinho, com afeto, se não é cuidado, vai morrendo, morrendo, morrendo... e quando vê, não sobra mais nada. Confesso que quando deito de noite ainda penso em você, que às vezes quando o celular toca ainda me vem à mente que talvez seja você ligando. Dizendo que nada mudou que está tudo como no começo. Que você se afastou por um tempo, mas ainda pensa em mim todo dia, que ainda fala de mim para seus amigos, que sonha comigo de vez em quando e que não vê a hora de me encontrar. Só que não é assim. E vai diminuindo, diminuindo, diminuindo...
Eu não minto. Ainda te quero de volta. Só que “mais do que querer você de volta, eu ME quero de volta”. Mas eu perdi. Perdi o meu sorriso quando ouvia tua voz, quando lia suas palavras. Perdi minha cara boba quando recebia uma mensagem sua. Perdi meu olho brilhando quando falava de você. Perdi o meu coração batendo forte com o seu toque. Perdi um pedaço grande, doeu, mas como diz Caio: nem morri.
Ainda to te querendo. Mas esperar?
Esperar passou do meu limite.

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