quarta-feira, 17 de agosto de 2011

  
   As lembranças voltavam até mim sem nenhum pudor do caos que me causavam. Em um ato interrompido Antoine de Saint-Exupéry foi deixado ao lado da cama. O café estava posto na mesa. As janelas estavam abertas e as cortinas pareciam dançar junto com o vento ao ritmo da musica que tocava. Dentro dela um coração que pesava mais que o mundo. Cheio de curativos e cicatrizes, meio dolorido ainda. As dores necessárias de uma pessoa (re) feita de amores. A alma vazia gritava a necessidade de ir ao encontro de não-sei-o-quê, não-sei-aonde. Procurando preencher com sossego a agonia de querer ser algo. Querendo mais paz, mais amor, menos solidão. Querendo não ser assim. Pendiam na mente apenas vontades. Então respirou fundo, tomou um gole de café, sentou e escreveu. Em primeira e terceira pessoa, por não saber qual das duas ela seria melhor.


sábado, 13 de agosto de 2011


Vi o vento varrer as sujeiras da rua. Desejei que ele pudesse fazer a mesma coisa dentro de mim. Desejei que ele entrasse e levasse aquela vontade horrível de socar paredes e vomitar borboletas. Que carregasse com ele toda a dor que me poluía. Mas assim como você, o vento passou. E o tempo não parou para me deixar juntar minhas partes. E o tempo não voltou para deixar eu me (re)construir em outro momento. E o tempo não deu tempo para que eu pudesse aprender a perder. Fui embora faltando um pedaço.